Sinop: Câmara vai investigar se houve quebra de decoro após vereador suspeito de contrabando de agrotóxicos ser alvo de operação
Sinop: Câmara vai investigar se houve quebra de decoro após vereador suspeito de contrabando de agrotóxicos ser alvo de operação
A Câmara de Sinop, no norte do estado, decidiu avaliar se houve quebra de decoro parlamentar por parte do vereador Antônio Aparecido Bernardes Filho (PL), conhecido como Toninho. O vereador passou a ser investigado por envolvimento no transporte e na venda ilegal de agrotóxicos, após a Operação Terra Envenenada, deflagrada pela Polícia Federal, na quarta-feira (4).
Em nota, a assessoria do vereador disse que ele não pretende sair do cargo e que está confiante em relação às investigações da polícia.
A princípio seria um caso que correria apenas na Justiça, mas a corregedoria da Câmara também decidiu investigá-lo.
Toninho foi preso pela PF na semana passada e solto pela Justiça dois dias depois, após conclusão do inquérito policial. Além dele, outras nove pessoas foram presas.
Na ocasião, o corregedor da Câmara, professor Mário (Podemos), falou que o caso não seria investigado pela casa, já que as suspeitas em relação ao vereador não seriam relacionadas à atividade dele na Câmara, mas, as coisas mudaram na sessão realizada nessa segunda-feira (9).
Toninho Bernardes foi ouvido pela Corregedoria, após solicitação que chegou à tribuna feita por uma advogada, que pediu para os vereadores apurarem se houve ou não quebra de decoro parlamentar por parte do parlamentar.
Agora será feito um relatório a partir do depoimento dele, e o parlamento vai definir ou não pela criação de uma Comissão de Inquérito. Se for comprovada a quebra de decoro, Toninho poderá perder o mandato
Operação
Na quarta-feira (4), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete e na casa do vereador durante investigação que apura o contrabando e comércio ilegal de agrotóxicos. A PF não informou quais documentos e materiais foram apreendidos nesses locais.
Segundo a PF, a ação é para combater a entrada, o transporte e a comercialização de agrotóxicos ilegalmente importados por uma rede criminosa formada a partir do Paraguai e China até o norte de Mato Grosso.
A investigação originou-se da análise do material e depoimentos colhidos na primeira fase da operação, em 2018, quando foi desmantelada organização criminosa e apreendida mais de uma tonelada de agroquímicos contrabandeados ou adulterados.
Desde essa etapa inicial, a Polícia Federal intensificou as investigações e identificou grandes grupos de fornecedores regionais e nacionais, cujos líderes e integrantes foram presos na segunda fase.
Foram apreendidos documentos e materiais de interesse para investigação, agrotóxicos, além de armas irregulares.
Os investigados responderão por comercialização e transporte de agroquímicos de uso proibido, organização criminosa, lavagem de dinheiro e outros crimes que vierem a ser descobertos. As penas variam de 2 a 10 anos de prisão.
Fonte: g1mt