Família de vendedor de salgados 'empurrado' diz que não queria gravar vídeo com empresário
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da 14ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), Marcus Macedo, disse que o vendedor de salgados D.G. e a mãe não queriam gravar o vídeo com o dono da Revisecar autopeças, em Guarantã do Norte (745 km de Cuiabá). Nas imagens, o empresário justifica a agressão cometida por dois funcionários contra o vendedor de salgados e diz que irá investigar e punir o responsável por vazar o vídeo.
O advogado acompanhou a família de D.G na Delegacia de Guarantã do Norte para registrar boletim de ocorrência. Em entrevista ao Portal Bruno Notícias, na frente da unidade policial, o presidente da Comissão disse que a criança afirmou por diversas vezes não se tratar de "brincadeira" entre ele e os funcionários que o derrubaram no chão.
“Estive conversando com a criança e com a mãe. A criança afirma que, infelizmente, o que aconteceu não foi uma brincadeira. São as afirmações da criança. A mãe da criança relatou isso, que a criança já afirmou diversas vezes que aquilo não foi uma brincadeira”, disse o advogado.
Em relação ao vídeo divulgado pelo empresário com exposição da criança, “a mãe disse que não queria gravar aquele vídeo, que foi forçada a gravar aquele vídeo e isso levou ela hoje a vir a delegacia registrar esse boletim de ocorrência. Tanto que a Polícia Civil procurou a mãe da criança antes de terem gravado o vídeo com ela, ela disse que não ia procurar a polícia. Mas após a repercussão do novo vídeo, ela resolveu procurar a Polícia”, disse o advogado.
Segundo Marcus Macedo, a Comissão de Direitos Humanos irá ofertar amparo psicológico para a criança e para a família. Por fim, ele pediu para população não incitar ato de violência. O pai de Daniel reiterou o pedido e acrescentou dizendo que “tudo está nas mãos da Justiça”.
Entenda
Câmera de segurança registrou o vendedor de salgados sendo derrubado por dois jovens na empresa de autopeças. O adolescente estava em uma bicicleta, que foi empurrada pelos rapazes, que após ver Daniel caído, saem rindo da situação.
O vídeo passou a circular nas redes sociais e gerou comoção na cidade. Para ajudá-lo, o influenciador digital Emanuel Conceição disponibilizou uma chave PIX e recebeu dezenas de doações nesta quarta-feira (4). Em poucas horas foram arrecadados mais de R$ 14 mil para Daniel e sua família.
Após repercussão do caso, o dono da empresa gravou um vídeo (veja ao fim da matéria) em que aparece ao lado de Daniel e da mãe explicando que o episódio teria sido registrado há cerca de 15 dias e que as partes já teriam resolvido a situação.
Ainda segundo o empresário, Daniel costuma frequentar a empresa para vender os salgados e teria uma relação boa com todos do local. Sobre o empurrão, o homem disse que os rapazes teriam feito uma brincadeira para dar “impulso” na bicicleta e que não havia intenção de derrubá-lo. Por conta do caso, os funcionários estariam sendo ameaçados.
Por fim, o empresário disse repudiar todo ato de violência e que o “pior crime” foi o vazamento do vídeo que teria sido compartilhado apenas no grupo de WhatsApp da empresa. O empresário disse que irá investigar e punir o responsável.
Fonte: olhar direto