A marca de 100 dias sem chuvas em Alta Floresta se reflete na régua da captação de água do Rio Taxidermista, com 1,30 centímetros, retrato da forte estiagem enfrentada em 2024. No mesmo período do ano passado, a régua oficial do rio que abastece a cidade apontava 1,80 cm. Nos últimos 20 dias, o nível da água já baixou 70 cm. Alerta de que é preciso redobrar o consumo consciente do recurso hídrico, evitando todo e qualquer desperdício.

A baixa no nível do manancial, fenômeno natural, se soma a impactos vindos do comportamento humano: a Águas Alta Floresta tem registrado picos de consumo que chegam a 20%. “Sabemos que não é fácil enfrentar esse tempo seco e de altas temperaturas. Mas precisamos nos unir em consciência e boas práticas de consumo da água. Estamos acompanhando em vigilância os níveis do manancial e a previsão climática”, destaca Cristian Martarello, gerente da concessionária de saneamento.

Como medida técnica de apoio ao abastecimento, a Águas Alta Floresta acionou a captação de água em outro ponto do Taxidermista, onde há uma represa auxiliar, há cerca de 4 quilômetros da estação de tratamento da cidade, e vem mantendo contato com propriedades rurais localizadas nos arredores. O objetivo é contar com fontes alternativas de captação, caso seja necessário, medida prevista no plano liderado pela concessionária junto ao Grupo de Combate à Estiagem do município. O grupo integra poder público e sociedade civil organizada.

A previsão do tempo aponta para temperatura máxima de até 42º C e umidade relativa do ar em percentuais abaixo dos 20% nos próximos dias. É importante que as famílias alta-florestenses priorizem o cuidado com a saúde, sem desperdício de água. Limpar varandas, calçadas e carros sem o uso de mangueira é a recomendação número 1. Fechar a torneira ao escovar os dentes ou ensaboar a louça é outra medida simples e eficaz no dia a dia de todos. Já a lavagem de roupas deve ser festa com o cesto cheio, otimizando a água, entre outros hábitos sustentáveis.

Estiagem a olho nu – Nos rios Teles Pires e Apiacás na região de Alta Floresta já se observa o baixo volume de água nos últimos dias. Em alguns trechos é possível atravessar de uma margem à outra a pé. A balsa que opera entre Carlinda e Novo Mundo precisou suspender o transporte de veículos carregados, pois estava enroscando no leito do rio, sendo permitida apenas a travessia de veículos vazios.

No Porto de Areia, em Alta Floresta, a balsa teve que alterar seu percurso e sinalizar a presença de pedras, apesar de estar em uma área que normalmente possui boa profundidade. Essa situação reforça a necessidade de consumo consciente e práticas sustentáveis, especialmente em períodos de seca intensa.

Fonte: Nortão Online